terça-feira, 20 de agosto de 2019

Discurso do professor firmino em nome de todos os pesquisadores do Cefront contando um pouco das nossas ações de ensino, pesquisa e extensão.

Bom dia!

Há cerca de 20 anos, as relações estabelecidas pelo professor Tito Carlos (aqui presente), com diversos grupos de estudos, de instituições nacionais e internacionais, que desenvolviam pesquisas sobre os aspectos físicos e humanos dos espaços fronteiriços, impunham a necessidade de criação de um local de encontros, reuniões e interações interinstitucionais.
Foi com esse propósito que, em 2002, um grupo de professores da UFMS e de outras instituições, liderado pelo professor Tito, decidiu criar o Centro de Análise de Difusão do Espaço Fronteiriços (CADEF), com objetivo de servir como o local das necessárias relações científicas interinstitucionais e interdisciplinares.

Mesmo localizado no portão 32 do Estádio “Morenão”, na cidade Universitária da UFMS, em Campo Grande, o CADEF, a partir de 2006, passou a vincular-se como laboratório do Campus de Aquidauana da UFMS.
Com a criação, em 2008, do Mestrado em Estudos Fronteiriços no campus da UFMS do Pantanal, o Cadef passou a ser o ponto de apoio do novo programa em Campo Grande, abrigando reuniões e defesas de qualificações e de dissertações, tornando-se a ele também vinculado.

Desde a sua fundação, os pesquisadores do Cadef realizaram, ou ajudaram a realizar, inúmeras atividades acadêmicas e científicas. Dentre as quais eu cito:

>A concepção e a realização das três primeiras edições do “Seminário Internacional América Platina”;

>A realização do “Seminário sobre o Livro Branco da defesa Nacional”; e do “V Congresso Brasileiro da Defesa Nacional”; ambos em conjunto com o Ministério da Defesa.

>A participação na “Pesquisa Nacional sobre Segurança Pública em Região de Fronteira”, financiada pelo Ministério da Justiça, e coordenada pela UFRJ

Devo ressaltar que as atividades foram sempre concretizadas em parcerias com diversas instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, como: SEBRAE, UEMS, EXÉRCITO BRASILEIRO, MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, MINISTÉRIO DA DEFESA, UNIVERSIDADE DE BUENOS AIRES, COMANDO MILITAR DO OESTE, UFGD, COMANDO MILITAR DO OESTE, CORPORAÇÃO ANDINA DE FOMENTO e BANCO DE DESAROLLO DE AMERICA PLATINA.

A criação na UEMS do Grupo de Estudos em Fronteira, Turismo e Território (GEFRONTTER), permitiu o estabelecimento de frutífera parceria. Em conjunto os pesquisadores do Cadef e do Gefrontter assumiram a responsabilidade de realizar as seguintes atividades:

>5 edições do “Congresso Internacional de História Regional”, todos com temática sobre a Guerra da Tríplice Aliança; realizados no Campus de Aquidauana da UFMS.

>“Seminário sobre o Forte Coimbra”, com atitivades concomitantes na UEMS-Campo Grande e na UFMS-Aquidauana;

>“VI Seminário Internacional América Platina”; realizado no SEBRAE

>Coordenação dos trabalhos que resultaram nos Zoneamentos Ecológico e Econômico, do Estado de Mato Grosso do Sul e do Município de Campo Grande;

>Visita técnica ao Forte Coimbra, juntamente com a UFGD e com o CMO, que culminou com a cedência daquele espaço para a UFGD, numa negociação iniciada pelo CADEF/GEOFRONTTER.

Entre os anos de 2015 e 2018, a pedido do Comando Militar do Oeste, ficou sob a responsabilidade do CADEF e do GEFRONTTER, a coordenação geral das atividades alusivas às rememorações dos 150 anos da “Retirada da Laguna”, episódio ocorrido no Sul do imenso território da Província de Mato Grosso, durante a Guerra da Tríplice Aliança.
Ao longo dos três anos foram mobilizadas mais de 30 instituições públicas e privadas, além de voluntários individuais (artistas, jornalistas, empresários) que culminaram na realização de eventos culturais, artísticos, científicos, educacionais e militares que somaram mais de vinte atividades.

As ações conjuntas Cadef e Gefrontter, acrescentaram novas parcerias àquelas já estabelecidas pelo Cadef, quando a eles se juntaram a ASSEMBLEÍA LEGISLATIVA DE MS, O TRIBUNAL DE CONTAS DO MS, A SECRETARIA DE CULTURA DO ESTADO DE MS, O IFMS, A UCDB, O INSTITUTO SOCIAL DO MERCOSUL – ISM, O PÓLO TECNOLÓGICO INTERNACIONAL DE PONTA PORÃ – PTIn, dentre outras.
Outra importante ação conjunta foi a articulação que resultou na cedência, pelo Comando Militar do Oeste, para a UEMS, deste prédio (que aqui estamos), que abriga uma biblioteca com acervo de mais de 2500 títulos de obras sobre fronteira e as ações militares no Brasil. Um prédio totalmente mobiliado e equipado para desenvolver atividades de pesquisa, ensino, extensão, e formação, em temáticas relacionadas à fronteira.

Essa cedência resultou na criação do Centro de Estudos de Fronteira “General Padilha” (CEFRONT), como um núcleo de pesquisas vinculado à unidade universitária de Campo Grande da UEMS.

Foi aproveitando do histórico das ações conjuntas e da nova realidade possibilitada pela cedência deste prédio é que propusemos o Acordo de Cooperação Técnica entre UFMS e UEMS, para que o CEFRONT posasse a abrigar o CADEF (equipamentos e banco de dados) e os seus pesquisadores pudessem desenvolver ações conjuntas, agora de caráter institucional.

O projeto que dará o pontapé inicial na nova conjuntura é a pesquisa: ANÁLISE ESPACIAL EM REGIÃO DE FRONTEIRA: Um estudo sobre os aspectos ambientais e socioeconômicos da fronteira de Mato Grosso do Sul com Bolívia e Paraguai, em que estão envolvidos todos os pesquisadores docentes e acadêmicos da UFMS e da UEMS, vinculados ao Cadef e ao Cefront.

Este acordo agora assinado entre a UFMS e a UEMS, para a junção de esforços entre Cadef e Cefront, propiciará maior conforto aos pesquisadores e acadêmicos, além de mais agilidade aos trabalhos, garantindo melhores serviços à sociedade em geral.
Devo destacar ainda a realização dos projetos: O turismo sustentável como campo de possibilidade para o desenvolvimento local em Mato Grosso do Sul; e ÁGUAS TRANSFRONTEIRIÇAS - um olhar sobre as questões socioambientais nos municípios da fronteira oeste de Mato Grosso do Sul, já cadastrados no sigproj e em vias de serem iniciados.

Saliento ainda que esses três projetos de pesquisas mencionados estão diretamente relacionados com as discussões e ações sobre a Rota Bi-oceânica, em que UFMS e UEMS encontram-se diretamente envolvidas.

Reitor Turine e Pró-reitores Nalvo e Marcelo
Recentemente, por intermediação do Instituto Social do Mercosul, a UEMS se aliou a universidade de Extremadura da Espanha e mais cinco universidades sul-americanas e uma portuguesa, para apresentar à União Europeia o projeto ARANDU.

Esse projeto pretende possibilitar a transferência de experiências entre universidades da Europa e da América Latina, sob a liderança da Universidade de Extremadura e com a parcerias de entidades que pertencem a Euro-região EuroACE, englobando Espanha e Portugal.

Com o objetivo de amenizar os problemas resultantes de áreas com população baixa e tendência ao envelhecimento e pouca formação profissional, existente em algumas regiões da EuroACE, se buscará trocar informações e, graças a disponibilização de dados desses setores, colocar em prática, nas fronteiras dos países que compõem o Mercosul, alguns mecanismos para analisar objetivamente o mercado de trabalho e melhorar a empregabilidade.

Isso certamente coaduna com a proposta política defendida e desenvolvida pela vossa gestão na UFMS.
A responsabilidade para a execução do projeto ARANDU na fronteira entre Brasil e Paraguai e Brasil e Argentina será dividida entre a UFGD e a UEMS que, para tanto, contará com o apoio e a cumplicidade da parceria Cadef/Cefront, agora institucionalizada neste ato.
Por isso, todos nós que estamos diretamente envolvidos com esta parceria, agradecemos aos reitores Marcelo Turine e Fabio Edir, em entender a importância das ações conjuntas ora apresentadas e da realização desse acordo de cooperação, que permitirá além da otimização de recursos e do compartilhamento de informações e dados entre Cadef e Cefront, também a realização do projeto ARANDU.

Devo ressaltar que o momento atual de instabilidades e indefinições em relação ao futuro do financiamento das pesquisas no Brasil exige ações criativas e inovadora.
Nesse sentido, o acordo agora assinado representa um passo importantíssimo na captação de recursos para a pesquisa, extensão e inovação, tanto em órgãos públicos de fomento, quanto na iniciativa privada e exigirá a todos os envolvidos, maior empenho e dedicação.
Senhores reitores e demais autoridades, queridos amigos...
Eu não poderia terminar esta fala sem fazer uma menção muito especial à memória do professor Roberto Ortiz paixão.

Como idealizador e fundador do Gefrontter as ações do professor Roberto foram fundamentais para a cedência deste espaço do CMO para a UEMS e para a realização das atividades que resultaram na assinatura deste acordo de cooperação.

O Aguçado senso crítico, o humor inabalável, o forte espírito de liderança e a grande capacidade de negociação e aglutinação, foram as características do Roberto que despertaram admiração e respeito por parte de todos que o conheciam.

Foram essas características, inclusive, as determinantes para a sua candidatura a vice-reitor da UEMS, mesmo já tendo desenvolvido a doença que acabaria por abreviar a sua existência, ainda em plena capacidade laborativa e intelectual, tolhendo os seus familiares e amigos da prazerosa companhia. 
A sua precoce partida deixou o vazio da sua presença...

Mas o tempo de convivência deixou um cabedal de ensinamentos e boas recordações, que só podem ser expressos na mais significativa das palavras exclusivas da língua portuguesa A SAUDADE.

Por isso peço permissão a todos, e em especial a Maria Helena, para não terminar esta fala com uma saudação, como é o usual,
Mas, para termina-la pedindo que os músicos Gilson Godoy e Vinicius Pereira toquem a música que foi escolhida como Hino das américas e que, como música predileta, despertava muita emoção ao nosso amigo Roberto:

EL CONDOR PASA!

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